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terça-feira, 20 de novembro de 2012

Todo dia é dia de negro

Jorge Ben Jor - referência da música nacional



Por Felipe Pugliese


Jorge Ben Jor garantiu certa vez que “todo dia era dia de índio”. Tomo o microfone do carioca e atualizo a afirmação: todo dia é dia de negro.


Não deveríamos celebrar apenas um dia de consciência negra. No Brasil essa é a raça que combustiva o País. Sem o negro não há dança, alegria, trabalho e suor. Não há vida.


Em homenagem à data, montei uma seleção de negros que já vi jogar ou ouvi falar na história recente.  Desde já deixo claro que nasci no final de década 90. Alguns critérios precisam ser explícitos: técnica não é fundamental para estar neste time. E, sim, eu sou o técnico e escalo quem bem entender.


Goleiro: Dida – Frio e calculista. Sempre foi o tipo de goleiro que amedronta o atacante. Ficar cara a cara com a muralha é um pesadelo. Raí que o diga...


Zagueiro I: Odvan –  Sem técnica, mas com muito história no futebol brasileiro. Folclórico, feio, grande e estabanado. Apesar dos pesares foi muito vitorioso e dificilmente será esquecido.


Zagueiro II : Cléber – O famoso Clebão. Ídolo palmeirense e muito técnico. Pelo alto beirava a perfeição, por baixo assustava. Por ser negro todos o temiam, porém parecia ser doce como caramelo.


Lateral-esquerdo: Kleber – Muitos vão contestar, mas contra números não há argumentos no futebol. Há mais de dez anos Kleber é titular de grandes clubes do Brasil: Corinthians, Santos e Inter. Merece vestir a camisa da minha seleção.


Lateral-direito : Amaral – Sim, vou improvisar na direita. Amaral jamais poderia estar no banco. O mundo vai acabar e todos lembrarão de monstro Amaral.


Volante I: Rincón -  Fred Eusébio Rincón foi o maior líder que já presenciei dentro de campo. Mandava e desmandava. Com ele no time tinha que ser muito macho para peitar o negrão. Marcelinha Carioca que o diga...


Volante II : Cesar Sampaio – Pela educação e currículo vitorioso. Sampaio passou pelos maiores do Brasil e sempre demonstrou ser um profissional diferenciado. Teve a imagem manchada com o rebaixamento atual do Palmeiras.


Meia: Zé Roberto – Hoje no Grêmio ele desfila com a mesma classe que desfilou há mais de dez anos pela Portuguesa, quando começou. É um craque e meu time precisa de craques.


Atacante I:  Denner – Não vi jogar, mas não posso deixa-lo de fora. Uma fatalidade impossibilitou que muitos conhecessem esse talento. Rápido e fatal, como uma bala de revólver.


Atacante II: Edílson – O capeta em forma de gol. Genial por onde passou. Ousado e atrevido não tinha medo de ninguém. Gostava mesmo era de humilhar até mesmo o mais bruto e temível zagueiro.



Atacante III: Serginho Chulapa – Precisávamos de um maloqueiro no time. Alguém que bata e apanhe sem carnaval. E ainda por cima tenha tesão pelo gol. Chulapa veste a nove da minha esquadra.



O técnico sou eu mesmo, Felipe Pugliese. Não sou negro, mas quero ser a exceção.  O nome da equipe é Liberdade e o hino: "Um sorriso negro, um abraço negro... traz felicidade...."

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