Inspirado na ressurreição do futebol uruguaio fui buscar alguma explicação na literatura “celeste” para essas comemorações ridículas que são realizadas pelos jogadores JOÃO BOBOS. E encontrei-a. No livro, “Futebol ao Sol e à Sombra”, o escritor Eduardo Galeano resume com clareza a atual realidade do futebol mundial, excluindo, é claro, três casos especiais: o Barcelona (seleção espanhola), o Santos e a Alemanha.
Bonecão?
"Triste sinais dos tempos, o século XXI sacraliza a uniformidade em nome da eficiência e sacrifica a liberdade nos altares do sucesso. “A gente não ganha porque vale, a gente vale porque ganha”. Cada vez mais, como todo o resto, o futebol profissional parece regido pela UINBE (União de Inimigos da Beleza), poderosa organização que não existe mas manda. Fabrica-se, em série, um futebol mais frio que uma geladeira.".
Vocês não podem ser reféns de um padrão ou a ações de marketing realizadas por um meio de comunicação. Os atletas precisam entender que são maiores que isso. Vocês compõem o maior espetáculo da Terra. Levam alegria a quem a vida cotidianamente castiga, curam dores momentâneas, matam a fome, param guerras.
Quando a pelota balança o barbante, nos tornamos iguais. Então artilheiros, gritem, pulem, chorem, subam no alambrado, vão aos torcedores, sejam criativos, deixem a emoção tomar conta de vocês. E como Galeano escrevera:
"O gol, mesmo que seja um golzinho, é sempre goooooool na garganta dos locutores de rádio, um dó de peito capaz de deixar Caruso mudo para sempre, e a multidão delira e o estádio se esquece que é de cimento, se solta da terra e vai para o espaço.".
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